Sindicalismo e Trabalho Decente em debate no Fórum Social Mundial

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23 de janeiro 2023

Está sendo iniciado nesta segunda-feira (23/01), em Porto Alegre, o Fórum Social Mundial 2023 com o tema “Outro mundo é possível – Democracia, Direitos dos Povos e do Planeta”. Os eventos serão realizados até sábado (28) nos espaços da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, bem como em auditórios da CUT-RS, de Sindicatos e entidades parceiras. Os Sindicatos do Vida Bancária estão representados no FSM 2023 pelos dirigentes do Sindicato de Londrina Carlos Kotinda e Danielle Ruza, e pelo diretor da Fetec-CUT/PR (Federação dos Trabalhadores nas Empresas de Crédito do Paraná), Aelton Alves Pereira. Na próxima quarta-feira (25), às 9h, a CUT-RS e Centrais Sindicais promovem a mesa de debates “Sindicalismo e Trabalho Decente – Salário igual para Trabalho igual”, no Teatro Dante Barone, na Assembleia Legislativa. O debate terá participarão virtual de Luiz Marinho, ministro do Trabalho e Emprego do governo Lula (PT), e contará com a presença de João Carlos Coelho, dirigente da CGTP-IN (Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses). Haverá transmissão ao vivo pelas redes sociais da Assembleia Legislativa, com o compartilhamento na página da CUT-RS no Facebook. Quem são os convidados Luiz Marinho foi presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC entre 1996 e 2003. Depois foi eleito presidente nacional da CUT. Em 2005 foi ministro do Trabalho e Emprego no governo Lula. Em 2007 virou ministro da Previdência Social. Também foi prefeito de São Bernardo do Campo entre 2009 e 2017. Atualmente é ministro do Trabalho e Emprego. João Carlos Quintino Samina Coelho é dirigente da CGTP-IN (Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses) e integrante da direção do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional, Empresas Públicas, Concessionárias e Afins de Portugal. Inscrições gratuitas: https://www.fsm.org.br/inscricao Site com programação: https://www.fsm.org.br/ Não há trabalho qualificado, se não houver Sindicato “Não há ambiente de trabalho bom, qualificado, se não houver Sindicato”, destaca Amarildo Cenci, presidente da CUT-RS. “O Sindicato tem sido uma ferramenta superimportante. No Brasil, com a mudança do paradigma dos Sindicatos, a partir do final da década de 70, se forjou um novo sindicalismo, de base, que reivindica, luta e quer justiça”, explica. O dirigente sindical ressalta que defender trabalho decente é defender a valorização do salário. “Quando falamos em trabalho decente também estamos falando de salário digno. Precisamos de igualdade entre os gêneros. Não é admissível que pessoas, por questão de raça ou gênero, ganhem menos no mesmo tipo de trabalho. Essa é uma questão essencial para o aprofundamento da nossa democracia: assegurar igualdade de direitos para trabalhadores e trabalhadoras”, disse. Desafios da Classe Trabalhadora no governo Lula O FSM abre mais um ano de luta contra o fascismo e as desigualdades e acontece após a posse histórica do presidente Lula (PT) em 1º de janeiro, depois da longa resistência do povo brasileiro e da vitória da democracia nas eleições de 2022. O evento também sucede o ataque fascista e terrorista, durante a tentativa de golpe no dia 8 de janeiro, em Brasília, que agrediu duramente os principais símbolos da democracia brasileira. Para o secretário de Organização e Política Sindical da CUT-RS, Claudir Nespolo, “a eleição de Lula significou a vitória da democracia. Foi um lampejo de esperança numa onda de retrocessos. O mundo caminha para o neoliberalismo fascista, que aumenta a desigualdade e rompe com a democracia”. O sindicalista afirma que a realização do FSM nesse contexto “tem um caráter de recomeçar, colocando uma perspectiva de esperança". Segundo ele, “em quase seis anos de profunda resistência, desde o golpe que derrubou a presidenta Dilma, em 2016, com perdas de direitos e ameaças à democracia, a gente finalmente virou essa página e elegeu um projeto de reconstrução do Brasil com a pauta da Classe Trabalhadora”. Claudir alerta, no entanto, que essa pauta dos trabalhadores deve ser disputada no governo. “Temos um presidente aliado dos trabalhadores numa correlação de forças muito difícil dentro do Congresso Nacional. O papel do movimento sindical na reconstrução do Brasil passa por a gente manter a corda esticada e o sindicalismo precisa voltar a ter força”, destaca. Reconstruir os direitos trabalhistas Amarildo enfatiza a importância de avançar na organização. “Os Sindicatos precisam se organizar melhor nos locais de trabalho e, a partir disso, se conectar com os territórios, se relacionando com movimentos sociais e comunitários, dentre outros, para que o Sindicato seja um educador que mobilize e prepare a Classe Trabalhadora para os grandes enfrentamentos”, salienta. Para o presidente da CUT-RS, a pauta dos trabalhadores passa pela reestruturação das relações de trabalho e a reconstrução dos direitos trabalhistas. “Queremos a rever a reforma trabalhista do golpista Temer e lutamos para incluir o mundo do trabalho não formalizado dos aplicativos e plataformas digitais, para que acessem direitos básicos. “Também buscamos a igualdade salarial entre homens e mulheres e a revogação de NRs (Normas Regulamentadoras) que pioraram o ambiente de trabalho. Também defendemos a correção da tabela do Imposto de Renda e a retomada da luta pela jornada de 40 horas”, destaca Amarildo. Claudir denuncia a precarização acentuada pela reforma trabalhista, a partir da criação do trabalho intermitente, da terceirização na atividade fim das empresas e do cerceamento ao acesso gratuito na Justiça do Trabalho. “São pautas que vão organizar a ação sindical no próximo período para movimentar a Classe Trabalhadora. Com mobilização, faremos a pressão necessária sobre o governo e o Congresso, para que essas lutas avancem e melhorem as condições de trabalho. Assim, fortaleceremos o trabalho decente e avançaremos na conquista de direitos para quem perdeu e para quem ainda não tem”, aponta Claudir. Marcha do Fórum Social Mundial Também na quarta-feira (25), às 17h, a tradicional Marcha do FSM vai tomar as ruas do centro de Porto Alegre. A concentração ocorrerá no Largo Glênio Peres. A caminhada terá a participação de Centrais Sindicais, movimentos sociais e partidos de esquerda. A marcha é sempre um momento de combater o neoliberalismo e o fascismo e reforçar a defesa da democracia. Outras atividades importantes   Na terça-feira (24), às 14h, acontece a roda de diálogo “Sem comunicação democrática não existe democracia de verdade”, no auditório do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre (Rua General Câmara, 424). O evento é organizado pelo FNDC (Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação), com a participação de representações da Secom (Secretaria de Comunicações) do governo Lula e da EBC (Empresa Brasileira de Comunicação). Na quarta-feira (25), às 14h, acontece a mesa de debates "Economia Solidária, tecendo redes, reconstruindo o Brasil”, com a participação do secretário de Economia Solidária do Ministério do Trabalho e Emprego, Gilberto Carvalho. O evento será realizado no Teatro Dante Barone, na Assembleia Legislativa. Na quinta-feira (26), às 14h, será promovida a mesa de debates “Indústria e Desenvolvimento Sustentável”, no auditório da CUT-RS (Rua Barros Cassal, 283). O evento foi inscrito pela CNM-CUT (Confederação Nacional dos Metalúrgicos), com apoio do Macrossetor da Indústria da CUT-RS. O conjunto de todas as atividades, incluindo as agendas culturais, pode ser acompanhado na programação disponível no site do FSM: https://www.fsm.org.br/ Fonte: CUT-RS com FSM