Reforma tributária precisa contribuir com redução da desigualdade
06 de agosto 2023
Na tarde de sábado (5/08), a 25ª Conferência Nacional d@s Trabalhador@s do Ramo Financeiro debateu um dos principais temas em discussão no país, a reforma tributária, que é prioridade do atual Governo, mas expõe a disputa entre os movimentos sociais e a classe empresarial e os super-ricos sobre o modelo de sociedade e sistema tributário a ser implementado no país.
A economista, técnica do (Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), Rosangela Vieira dos Santos, ressaltou que o sistema tributário serve para financiar as políticas públicas realizadas pelo Estado e observou que existem alguns princípios básicos a serem observados, como a capacidade contributiva, a legalidade e tipicidade do sistema.
Rosângela abordou o conteúdo que está nos slides da apresentação na Nota Técnica do Dieese sobre a reforma tributária.
A economista observou que a arrecadação tributária brasileira (30% a 35%, em média), propalada pela mídia e grandes empresários como sendo uma das maiores do mundo, na verdade, é bem inferior à praticada pelos países europeus.
Base de incidência
Para a economista, é preciso ampliar o debate sobre a base de incidência, ou seja, de onde devem ser cobrados os impostos e taxas. Ela explicou que existem duas formas de cobrança:
- direta, que é feita sobre a pessoa, de acordo com sua capacidade contributiva, ou seja, de acordo com seu rendimento e riqueza, como, por exemplo, o imposto de renda, o imposto sobre herança e o imposto sobre lucro e dividendos;
- indireta, que é embutida nos preços de produtos adquiridos pelos consumidores e que é pago pelo empresário, que recolhe o imposto, e pelo consumidor. “Na verdade, quem paga o imposto é o consumidor e, independentemente de ser rico ou pobre, quem compra paga a mesma coisa”. Exemplos de cobrança indireta são o ICMS e o IPI.
- Garantir financiamento adequado do Estado de bem-estar social brasileiro, com universalização da saúde, educação e seguridade social, condição essencial para a cidadania plena;
- Redução das desigualdades sociais;
- Dessa forma, o eixo fundamental é justiça fiscal com progressividade;
- Que os ricos paguem mais impostos, ao contrário do que ocorre hoje onde, proporcionalmente, os pobres pagam muito mais impostos;
- Aumentar tributação direta e reduzir indireta.