Bancos mantêm proposta de perda salarial. Comando orienta rejeição nas Assembleias da categoria

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26 de agosto 2022

A Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) apresentou, nesta sexta-feira (26/08), durante a rodada de negociação com o Comando Nacional d@s Bancári@s, uma proposta de reajuste salarial que aplica apenas 75,8% da inflação nos salários da categoria, o que leva a uma perda real de 2%. O comando indica a rejeição da proposta nas Assembleias que estão sendo realizadas nesta noite por meio do link https://bancarios.votabem.com.br. Já foram realizadas 17 reuniões de negociação após a entrega da Minuta de Reivindicações aos bancos, que mantêm a proposta de perda salarial. “Não vamos aceitar proposta que não traga aumento real dos salários”, disse a presidenta da Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro) e coordenadora do Comando Nacional dos Bancários, Juvandia Moreira. “Na PLR obtivemos avanços, mas os bancos ainda precisam melhorar a proposta”, completou. Em relação à proposta para PLR (Participação nos Lucros e/ou Resultados) Os bancos desistiram de pedir a compensação (redução) das verbas pagas em programas próprios na parcela adicional da PLR. Mas, para a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, também coordenadora do Comando, Ivone Silva, “os bancos ainda não conseguiram enxergar que precisam apresentar uma proposta que valorize a categoria, com aumento real nos salários e maior distribuição dos lucros para quem trabalha para que eles tenham seus lucros astronômicos”. Assembleias Sindicatos da categoria de todo o País estão realizando Assembleias virtuais nesta sexta-feira (26) para que bancários e bancárias analisem a proposta da Fenaban e autorizem o Estado de Assembleia Permanente. Para votar, os bancários devem acessar o link https://bancarios.votabem.com.br. O Comando Nacional d@s Bancári@s indica a rejeição da proposta dos bancos e a aprovação do Estado de Assembleia Permanente, para permitir que o Comando convoque a categoria a qualquer momento para avaliar e deliberar sobre novas propostas. Avanços Complementação do auxílio-doença Com relação ao auxílio-doença previsto na cláusula 29 da CCT (Convenção Coletiva de Trabalho), os bancos queriam incluir uma alínea ao parágrafo primeiro da cláusula para estabelecer que somente teria direito ao auxílio o empregado que tivesse retornado ao trabalho e trabalhado ininterruptamente pelo período mínimo de 6 meses após o recebimento da última complementação, mas após reivindicação do Comando, os bancos retiraram a proposta. Teletrabalho É um tema novo que vai entrar na CCT. Os bancos concordaram com a reivindicação de controle de jornada para todos os trabalhadores; com o fornecimento e manutenção de equipamentos; com o direito à desconexão para que gestores não demandem os trabalhadores fora do horário de expediente dos mesmos; com a manutenção dos direitos da CCT aos trabalhadores que realizem suas funções fora das dependências do banco; com prevenção e precauções com a saúde dos trabalhadores; com a criação de canal específico para que os trabalhadores em teletrabalho tirem suas dúvidas. Os trabalhadores com filhos de até quatro anos, ou com deficiência terão prioridade e as bancárias vítimas de violência doméstica poderão escolher se preferem trabalhar em domicílio, ou nas dependências do banco. Os bancos facilitarão a realização de campanhas de sindicalização e o contato com os trabalhadores em teletrabalho. Será criado um GT bipartite para acompanhar o cumprimento da cláusula. Mas ainda falta avançar na ajuda de custo. Assédio sexual A nova cláusula sobre assédio sexual fará repúdio à esta prática nos bancos e os gestores e empregados passarão por treinamento para prevenção e esclarecimento sobre possíveis consequências. Também está em debate a participação das entidades sindicais no canal de denúncias a ser criado, assim como o acompanhamento dos casos pela comissão bipartite de diversidade que já existe. Assédio moral e cobrança de metas O tema será pautado na primeira reunião de negociação de 2023 dos bancos que têm comissões de empresa. Os bancos que não têm comissão de empresa devem realizar reunião específica com a representação dos trabalhadores para tratar do tema, a pedido do Sindicato. Continuidade das negociações As negociações ficam interrompidas no final de semana e serão retomadas na segunda-feira (29), às 14h. Fonte: Contraf-CUT