Petrobras anuncia fim do PPI e redução dos preços dos combustíveis

Capa da Notícia

16 de maio 2023

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil A Petrobras anunciou nesta terça-feira (16/05), a nova estratégia comercial de preços dos combustíveis, em substituição ao PPI (preço de paridade de importação), implementado em 2016 por Michel Temer (MDB) e mantido por Jair Bolsonaro (PL). Em nota, a estatal diz que “os reajustes continuarão sendo feitos sem periodicidade definida, evitando o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações internacionais e da taxa de câmbio”.  O fim da PPI foi uma promessa de campanha do presidente Lula (PT), que agora o presidente da estatal Jean Paul Prates coloca em prática. Nesta manhã também foi anunciado que o litro da gasolina terá redução de R$ 0,40; o diesel R$ 0,44 e o botijão de gás de cozinha terá preço médio de R$ 99,87. Abrasileirar os preços – luta da FUP A FUP e seus Sindicatos lutam desde 2016 para derrubar o PPI, que promoveu no mercado interno repasses automáticos de aumentos de preços internacionais do petróleo, variação cambial e de custos de importação. Uma política que garantiu mega lucros à Petrobras e dividendos recordes a acionistas, em detrimento de investimentos. “O governo Lula está abrasileirando o preço dos combustíveis, conforme promessa de campanha. Com a nova política, o Brasil terá gás de cozinha, gasolina e diesel mais baratos, pois os custos nacionais de produção, em reais, entrarão na composição dos preços”, destaca o coordenador- geral da FUP (Federação Única dos Petroleiros), Deyvid Bacelar. Veja abaixo a comparação de preços. O dirigente da FUP explica que, com a nova política, o brasileiro deixa de pagar pelos combustíveis como se fossem importados, pois a Petrobras, agora, não considera, apenas, a cotação do petróleo no mercado internacional e do dólar, e nem os custos de importação. No cálculo anterior, a Petrobras considerava em dólar o valor do petróleo no mercado global e custos logísticos, como o fretamento de navios, as taxas portuárias e o uso dos dutos internos para transporte. “Afinal, o Brasil é autossuficiente na produção de petróleo, a Petrobras tem grande parque de refino e utiliza majoritariamente petróleo nacional que ela mesma produz. Assim, com a nova política, reduz-se também a volatilidade de preços ao consumidor”, diz. Compare os preços antes e depois da PPI Antes da existência do PPI, entre janeiro de 2003 e 14 de outubro de 2016, o barril do petróleo, em reais, subiu 61,9%, ante inflação de 36,6%, medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Já a gasolina variou 112,7%, e o diesel, 121,5%, segundo cálculos da subseção do Dieese (Departamento Intersindical de Estudos Socioeconômicos) na FUP, com base em dados da Petrobras. O preço do botijão de gás de cozinha de 13 quilos (GLP), na refinaria (produto mais demandado pela população de baixa renda), variou 223,8%, registrando 34 altas e 14 baixas. “O gás de cozinha, para o consumidor, custava em média R$ 55,35 no Brasil, um dia antes da implantação do PPI, em outubro de 2016. O litro da gasolina era vendido a R$ 3,65. O diesel custava R$ 3,00. Hoje, segundo pesquisa da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), o gás está em R$ 108,13, a gasolina em R$ 5,52 e o diesel em R$ 5,65”, lembra Bacelar, que classificou a PPI de pesadelo que assombrou por quase sete anos o povo brasileiro. Por Redação FUP, com edição de Rosely Rocha