Mobilização dos professores força reabertura do diálogo entre entidades e o governo do Estado

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Com a participação aproximadamente 10 mil educadores e educadoras, estudantes e servidores do Estado, em ato realizado na terça-feira (21/06), em Curitiba, a categoria conseguiu reabrir as negociações entre as entidades sindicais e o governo Ratinho Jr. (PDC).

A mobilização foi organizada pela APP Sindicato e demais entidades integrantes do FES (Fórum de Entidades Sindicais) para demonstrar a indignação da categoria diante da ausência de respostas do governo após a paralisação do 29 de abril, e a disposição para continuar lutando.

Os protestos ocorreram em todo o Paraná, com inúmeras paralisações na rede estadual de educação. Escolas que tradicionalmente não aderiam a greves fecharam as portas em protesto por salário digno, respeito e valorização.

Além da data base, que beneficia a todos os servidores e servidoras do Paraná, a pauta de lutas inclui o fim do assédio interminável sobre os PSS, forçados a passar por processos seletivos periódicos cada vez mais abusivos; a realização de concursos públicos; a isenção do desconto previdenciário abaixo do teto do INSS para aposentados; e o destravamento das carreiras.

Negociação e pressão

A força da mobilização reabriu o canal de negociação com o governo. No final da manhã de terça (21), a presidenta da APP Sindicato, Walkiria Mazeto, e dirigentes sindicais se reuniram com o secretário da Administração e Previdência, Elisandro Pires Frigo, e deputados da oposição e da base de Ratinho Jr.

À noite, o líder do governo na Alep (Assembleia Legislativa do Paraná), Marcel Micheletto (PL), se reuniu com a Casa Civil e a Secretaria da Fazenda para debater as pautas dos servidores.

De acordo com Walkiria, “temos uma reunião definitiva nesta quarta às 13h30. Definitiva porque estamos no limite. O projeto da data base tem que estar até segunda-feira na Alep para ser votado. Se chegar na Alep, os deputados e deputadas vão votar. Só precisa sair da Casa Civil. Nós queremos sim ou não. Vai aplicar quanto e quando? Se não vai pagar, diga que não e aguente as consequências”, afirmou a presidenta da APP Sindicato.

“Eu quero ressaltar a importância da mobilização. A mobilização que fizemos com aposentados e aposentadas moveu algumas peças importantes. Hoje mexemos mais um pouco neste tabuleiro. Se esta é a nossa força, nós vamos usá-la. Nós não temos o poder da caneta, mas temos o poder da voz e da luta aqui fora”, finalizou a sindicalista.

Data-Base

O Estado acumula uma dívida superior a 36% com o funcionalismo. A proximidade da janela eleitoral impõe o prazo legal de 1º de julho para a recomposição das perdas inflacionárias dos últimos 12 meses (12,13%).

Outros 3,39% já estão aprovados e carecem apenas da autorização do governador, independente do período eleitoral.