Luta pela igualdade marcou fim dos debates na 26ª Conferência Estadual
05 de maio 2024
O tema Igualdade de
Oportunidades encerrou os debates deste domingo (5/05), último dia da 26ª Conferência
Estadual dos Bancários e Bancárias do Paraná, realizada em Londrina.
Esta mesa teve a participação do sociólogo e coordenador do Fórum das Centrais Sindicais e membro do CDESS (Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável), da Presidência da República, Clemente Ganz Lúcio, e da economista e pesquisadora do CESIT (Centro de Estudos Sindicais e Economia do Trabalho), Mariana Oliveira Teixeira.
A economista Mariana Oliveira Teixeira falou sobre a Lei de Igualdade Salarial
Mariana destacou a
importância e o protagonismo da categoria bancária de conquistar uma Mesa
Temática de Igualdade de Oportunidades, o que não ocorre com a maioria das
categorias do país. A economista falou ainda sobre a desigualdade salarial
entre homens e mulheres no mercado de trabalho, citando que no caso da mulher
negra a diferença da remuneração é ainda maior. “Quem tem uma condição socioeconômica
melhor pode acessar uma ocupação melhor na sociedade”, pontuou.
Ela falou também sobre a Lei de Igualdade Salarial entre Homens e Mulheres, afirmando que houve uma reação enorme das empresas, que ingressaram no STF (Supremo Tribunal Federal) para não repassar ao governo o relatório de transparência sobre a folha de pagamento e regras de promoção adotadas, alegando que isso poderia colocar em risco dados sigilosos. Para Mariane Oliveira Teixeira a Lei de Igualdade “é uma oportunidade única de estabelecer o diálogo a respeito da igualdade salarial entre homens e mulheres”.
Clemente Ganz Lúcio acredita que precisa ter negociação sobre as pautas sindicas da promoção da igualdade
Em sua participação
na 26ª Conferência Estadual dos Bancários, Clemente Ganz Lúcio disse que nos
países desenvolvidos 38% das mulheres fazem parte do mercado de trabalho,
enquanto os homens ocupam 62% dos postos. Os homens também são maioria nos
cargos de comando das empresas. “Se as maiores empresas do planeta usassem
ferramentas para acabar com a desigualdade entre gêneros levariam 100anos para
se chegar ao equilíbrio de direitos entre homens e mulheres”, afirmou o
sociólogo, citando um relatório internacional sobre esse tema. Para ele, é
preciso ter negociações coletivas em torno da pauta do movimento sindical com propostas
de promoção da igualdade de gênero e racial empresas e governos.
Depois das participações
dos convidados a Plenária foi aberta para questionamentos e apresentação de
propostas dos delegados e delegadas a respeito desses temas.
Por Armando Duarte Jr.