Governo cria GT para revisar marco legal da previdência complementar
03 de junho 2023
O governo Lula publicou, na sexta-feira (2/06), no Diário Oficial da União o Decreto nº 11.543, que cria um GT (Grupo de Trabalho) de previdência complementar fechada. “A proposta havia sido apresentada por nós à equipe de transição do governo. É uma das prioridades da Agenda Positiva da Previdência Complementar Fechada que elaboramos”, explicou o presidente da Anapar (Associação Nacional de Participantes de Fundos de Pensão e Autogestão em Saúde), Marcel Barros.
Para o diretor eleito de Seguridade da Previ (Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil), Wagner Nascimento, o decreto atende a uma demanda dos participantes e assistidos de fundos de pensão. “Nós precisamos de uma revisão do marco legal, para fortalecer a previdência complementar fechada, com mais segurança jurídica e garantia de proteção aos participantes e assistidos”, pontuou.
“Importante a criação deste GT para fortalecer e aprimorar os fundos de pensão fechados”, avaliou também Rita Berlofa, secretária de Relações Internacionais da Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro) e participante do Banesprev (Fundo Banespa de Seguridade Social). “Vivenciamos, nos últimos anos, uma sequência de ataques contra as nossas entidades de previdência complementar e seus dirigentes eleitos, na tentativa de o mercado colocar a mão na gestão dos recursos acumulados pelos trabalhadores. Por isso, é importante um grupo de trabalho para aprimorar e fortalecer o sistema de previdência complementar fechado, a fim de dar segurança jurídica não só às entidades, mas também para os participantes e dirigentes”, completou.
“Não há dúvidas de que precisamos de um marco legal atualizado para proteger as entidades fechadas. As mudanças no passado recente na legislação previdenciária fragilizaram o sistema de previdência complementar fechado”, observou o diretor de benefícios da Funcef, o fundo de pensão dos empregados da Caixa, Jair Pedro Ferreira, ao lembrar que, no ano passado, o então governo federal tentou acabar com a exclusividade dos fundos fechados de previdência na gestão dos recursos dos empregados das estatais, a partir de alterações nas leis complementares 108 e 109 de 2001, que regulamentam o regime de previdência complementar de entidades abertas e fechadas.
“Precisamos de regras claras e que protejam as entidades da cobiça do mercado, para gerir recursos que são das entidades fechadas de previdência, que são dos trabalhadores das estatais para a complementação da renda, no futuro”, concluiu Ferreira.
Formato do GT
O coordenador do GT será o secretário do Regime Próprio e Complementar do Ministério da Previdência, Paulo Roberto dos Santos Pinto. O Grupo terá representação quadripartite, das seguintes instituições:
- Ministério da Previdência Social, por intermédio do secretário Paulo Roberto dos Santos Pinto (que será o coordenador) e de um integrante do Departamento de Políticas e Diretrizes de Previdência Complementar da Secretaria de Regime Próprio e Complementar.
- Governo, com um representante da Casa Civil, um representante da Previ e um dos ministérios da Fazenda e da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos.
- Um representante da Anapar.
- Um representante da Abrapp e das patrocinadoras e instituidores.