Com refinaria privatizada, baianos enfrentam falta de gás de cozinha
11 de novembro 2022
Após privatização ação Rlam (Refinaria Landulpho Alves), na Bahia, vendida pela Petrobrás a preço de banana para o fundo árabe Mubadala, Salvador se destacou por ter a gasolina mais cara do País. Agora, a Refinaria de Mataripe, antiga Rlam, volta a ser notícia negativa no estado porque reduziu a produção de gás de cozinha (GLP) e provocou desabastecimento do produto na região.
Segundo a Associação de Revendedores de Gás da região, cerca de 60% das revendas estão sem o produto. O problema vem se arrastando desde a semana passada e já atinge várias cidades da região, entre elas Feira de Santana, segundo maior município da Bahia, e Itabuna, ao sul do estado. Revendedoras de GLP em Salvador (BA) fecharam as portas, por falta do gás de cozinha na Refinaria de Mataripe.
A Rlam era a principal fornecedora de derivados do Nordeste e respondia por 14% da capacidade de refino no Brasil.
Dirigentes da FUP (Federação Única dos Petroleiros) e do Sindipetro (Sindicato dos Petroleiros), que lutaram contra a privatização por causa dos prejuízos que isso representa para os trabalhadores, a população e para a economia do estado, criticaram duramente a falta do GLP nas revendas.
“A escassez do produto é inadmissível. A FUP e o Sindipetro da Bahia sempre alertaram para o equívoco da privatização das refinarias da Petrobrás, que leva à criação de monopólios regionais, em detrimento do consumidor brasileiro, sujeito a reajustes abusivos de preços dos combustíveis e à escassez de produtos”, destacou o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar.
E estamos falando de um produto cujos preços dispararam na gestão Bolsonaro, chegando a custa R$ 160 em algumas cidades brasileiras. Na média mundial, o botijão de gás no Brasil é 25% mais caro que a média mundial.
Levantamentos do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) da subseção da FUP, com base em preços acompanhados pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), mostram que, durante o governo Bolsonaro, o gás de cozinha aumentou 96,7% nas refinarias, enquanto a inflação acumulou 24,9% e o salário mínimo subiu 21,4% no período.
Por Imprensa da FUP, com edição de Marize Muniz/CUT Nacional