Caixa propõe retirada de direitos em mesa de negociação com a CEE
18 de agosto 2022
Em reunião entre a CEE (Comissão Executiva dos Empregados) e a Comissão de Empresa da Caixa Econômica Federal, realizada na quarta-feira (17/08), os representantes dos empregados cobraram do banco a garantia de todos os direitos, tanto presenciais como de teletrabalho. Após diversos debates em mesas de negociação, a reação dos representantes dos trabalhadores foi de perplexidade. Contradizendo o discurso da nova presidenta da Caixa, Daniella Marques, os representantes do banco público, além de não sustentarem todos os itens que foram debatidos nas oito rodadas de negociações anteriores, ainda apresentaram uma enxurrada de retirada de direitos. A CEE rejeitou propostas em mesa.
Na ocasião, o banco propôs retirar avanços obtidos nas mesas específicas de negociações, entre eles mudar o parcelamento do adiantamento de férias de 10 vezes para três vezes; retirada do intervalo de descanso 10/50, ou seja, não mais prevê a pausa de 10 minutos a cada 50 minutos trabalhados para caixas e avaliadores; e com relação ao vale refeição, que os empregados recebem para se alimentar relativo ao custo mensal, a Caixa está propondo diarizar o valor e em caso de licença médica suspender o pagamento.
Para os representantes dos trabalhadores as propostas apresentadas seguem na linha do governo Bolsonaro, de retrocesso desenfreado. Segundo eles, a CCT (Convenção Coletiva de Trabalho) é patamar mínimo e não teto, ou seja, acima disso cada banco pode vir a negociar com os trabalhadores vários pontos específicos.
“Não temos nem como debater tantos retrocessos. Queremos propostas que melhorem nosso Acordo Coletivo e as questões que foram colocadas são inadmissíveis. Enxergamos esses pontos como retiradas de direitos, não só no viés financeiro, mas diminuição de qualidade de vida também. As nossas reivindicações não são estáticas, o mundo evolui e as nossas pautas também avançam e não é o que vemos aqui. Esperamos propostas minimamente decentes nas próximas reuniões”, pontuou o coordenador da CEE, Clotário Cardoso.
Segundo o representante da Feeb-BA/SE (Federação Empregados em Estabelecimentos Bancários dos Estados da Bahia e Sergipe), Emanoel Souza, a expectativa que vinha sendo criada na mesa de negociação era de avanços, com acréscimos de várias cláusulas, entre elas, medidas efetivas contra o assédio moral na empresa, GTs (Grupos de Trabalho) sobre os PCDs, sobre os profissionais de TI, dentre outros. “É surpreendente que a Caixa não sustente o que falou nas negociações, mas ainda tente retirar direitos sustentados a arduamente pela categoria em vários anos de história de lutas. Neste sentido, estamos caminhando para o impasse e será preciso uma grande mobilização da categoria”, criticou Emanuel.
Demais temas
Na reunião, a CEE cobrou o funcionamento do GT (Grupo de Trabalho) Tripartite para debater assuntos relacionados à Funcef, entre eles sobre o contencioso e um GT para tratar do Caixa Minuto, no qual os dirigentes cobraram o fim da designação por minuto nas funções de caixa, tesoureiro e avaliador.
Em relação à questão de assédio moral e sexual, os dirigentes cobraram um espaço específico para tratar do tema que atinge hoje a imagem da empresa e é a causa de grande parte do adoecimento da categoria. O banco respondeu que este tema será tratado na mesa com a Fenaban.
Sobre a PLR (Participação nos Lucros e/ou Resultados), a CEE lembrou que no ano anterior aconteceram problemas com o valor distribuído, com pareceres inclusive da área jurídica, de que a Caixa não distribuiu 4% da PLR Social. A Caixa apresentará os resultados nesta quinta-feira (18). Segundo a CEE, com o resultado do primeiro semestre será possível ter uma avaliação mais específica.
Dia Nacional de Mobilização
A categoria prepara um Dia Nacional de Mobilização, agendado para esta sexta-feira (19).
Fonte: Fenae