BB tem lucro de R$ 9,3 bi no trimestre e abre mais de 1.600 postos de trabalho em 12 meses
14 de maio 2024
O Banco do Brasil
teve lucro de R$ 9,30 bilhões nos primeiros três meses de 2024. O valor
significa crescimento de 8,8% em relação ao primeiro trimestre de 2023. Por
outro lado, representa queda de 1,5% em relação ao trimestre imediatamente
anterior, ou seja, de outubro a dezembro de 2023, quando o lucro ficou em R$
9,44 bilhões.
O RSPL (retorno sobre patrimônio líquido), indicador financeiro também
conhecido como ROE e que mede a capacidade da empresa em agregar valor, teve
aumento de 0,7 pontos percentuais (p.p.) em 12 meses, chegando a 21,7%. O
percentual, porém, representa queda de 0,86 p.p. em relação ao último trimestre
de 2023.
Os fatores que mais impactaram para que o resultado não fosse melhor, segundo o
banco, foram os investimentos com a digitalização do relacionamento com o
cliente, concessão sustentável do crédito, diversificação das receitas e
controle de custos.
Agências e clientes
Dados divulgados
no relatório
produzido pela equipe do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e
Estudos Socioeconômicos) sobre os recentes resultados do BB
mostram que, no final do trimestre concluído março, o BB contava com 87.067
funcionários – aumento de 1.610 postos de trabalho em 12 meses. “Vale destacar
que o número de estagiários cresceu mais rápido no mesmo período, chegando em
463 no final do trimestre – aumento de 44,2% em relação a março de 2023. O
número de funcionários, por sua vez, cresceu apenas 1,9% durante os doze
meses”, observa o Dieese.
No mesmo período, o número de agências tradicionais se manteve igual (total de
3.172), mas houve abertura de 18 agências digitais e especializadas,
totalizando 826 estruturas nesses perfis. Por outro lado, houve a redução de 54
postos de atendimento bancário e aumento de 1,56 milhão de clientes
(totalizando 83,61 milhões), na passagem de um ano.
Segundo a PEB (Pesquisa
do Emprego Bancário) referente ao primeiro bimestre de 2024,
elaborada pelo Dieese com base nos dados do Novo Caged (Cadastro Geral de
Empregados e Desempregados), os bancos fecharam 4.171 postos de trabalho, em um
ano, em todo o Brasil.
“Isso mostra a importância dos bancos públicos para o setor, ao ver que o BB
manteve o número de agências formais e aumentou o número de empregados, com
perspectiva de abertura de novos concursos públicos”, destaca a coordenadora da
CEBB (Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil), Fernanda Lopes.
“Nós, inclusive, estamos acompanhando e cobrando de perto o aumento do quadro,
porque os lucros do BB são o resultado da atuação das funcionárias e funcionários.
E, apesar do aumento de contratações, houve um aumento expressivo no volume de
clientes e aqui entramos em outra cobrança do movimento sindical: reformulação do
plano de metas e cargos, para não haver cobrança excessiva e que
leve ao adoecimento dos empregados”, completou.
Carteira de crédito
A concessão de
crédito cresceu 10,2% em 12 meses e 6,1% no trimestre, totalizando R$ 1,14
trilhão, em março de 2024. O Agronegócio, que representa um terço de toda a
carteira da instituição, foi o que mais cresceu: 15,5%, em um ano, totalizando
R$ 372,51 bilhões.
No mesmo período, a carteira Pessoa Física cresceu 5,8% (R$ 317,40 bilhões) e a
carteira Pessoa Jurídica expandiu 8,5% (R$ 393,50 bilhões).
Inadimplência e despesas com PCLD
O BB afirma que o
índice de inadimplência para atrasos superiores a 90 dias ficou em 2,90%,
aumento de 0,28 p.p. em relação a março de 2023, mas ainda abaixo da
inadimplência média do Sistema Financeiro Nacional (3,20%).
Já as despesas com PCLD (provisão para créditos de liquidação duvidosa), também
chamada de PDDs (provisões para devedores duvidosos), cresceram 145,3%, em 12
meses, totalizando R$ 10,15 bilhões no primeiro trimestre de 2024. Segundo a
instituição, o aumento da provisão foi reflexo do agravamento do risco nos
segmentos large corporate (grande empresa) e agronegócio.
Confira aqui os destaques completos do balanço, apontados pelo Dieese.
Fonte: Contraf-CUT